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A jornada do RPG no Brasil



Já conhecemos aqui os primórdios do RPG, mas a sua chegada no Brasil foi uma aventura a parte que merece ser contada. Nas décadas de 70 e 80 o RPG já era uma febre nos EUA, mas ele chegaria ao Brasil pelas mãos de jovens viajantes que retornavam dos Estados Unidos trazendo esse jogo tão inusitado. Logo xerox dos livros estrangeiros se espalharam entre alunos principalmente do Ensino Médio e Faculdade. Como esses livros não eram ainda publicados oficialmente no Brasil, essas xerox de D&D e demais sistemas eram todo o material de RPG que existia por aqui, e justamente por isso esse período é comumente chamado de Geração Xerox. Mas vendo a popularidade que o jogo começa a ganhar e o potencial de se explorar esse mercado, não tardou para algumas editoras apostarem no ramo do Role Playing Game.

No final dos anos 80 já era possível encontrar alguns livros de RPG importados nas grandes livrarias, mas eram materiais caros e o inglês ainda representava uma barreira para os jogadores. Ainda assim D&D e GURPS foram grandes sucessos nessa época. Em 1991 a editora GSA lançou o primeiro RPG brasileiro, Tagmar, inspirado em D&D mas trazendo algumas regras próprias. Ainda nesse ano GURPS chegava oficialmente ao Brasil, sendo publicado aqui pela Devir, a mesma editora que nos traria Vampiro, a Máscara e demais obras do Mundo das Trevas, Cyberpunk 2020, e futuramente assumiria as rédeas de Dungeons and Dragons. Mas estamos nos adiantando na história.

Em 1992 tivemos o segunda RPG brasileiro, lançado também pela GSA, O Desafio dos Bandeirante, um jogo de fantasia ambientado no Brasil colonial e trazendo vários elementos fantásticos e sobrenaturais do nosso folclore para a mesa. Nessa mesma época a Grow também estava entrando nesse ramo, não com um RPG em si, mas com dois jogos de tabuleiro que traziam muitos elementos dos RPGs e que serviram de entrada para esse mundo para muitos nerds: Dragon Quest e Classic Dungeon. Um ano depois Dungeons and Dragons finalmente chegavab oficialmente no Brasil pelas mãos da Editora Abril, que trazia a famosa caixa vermelha de D&D, e que posteriormente lançaria a segunda edição de AD&D.

Nessa época também algumas revistas de RPG começaram a ser publicadas, como a Dragão Dourado, a Dragon Megazine (vinda dos EUA) e, provavelmente a mais famosa e marcante delas, Dragão Brasil, responsável por fornecer diversas aventuras, NPCs e adaptações marcantes, bem como alguns sistemas próprios bem aclamados, como Defensores de Tóquio, Trevas, Arkanum e Tormenta.

Agora com o RPG bem consolidado no Brasil, vários livros diferentes foram trazidos para cá, assim como vários livros nacionais foram escritos. Uma editora que merece ser falada aqui é a Daemon Editora, responsável por lançar vários RPGs marcantes, como Invasão, Supers, Anime e os já citados Trevas e Arkanum, todos se utilizando do sistema próprio da editora, o Sistema Daemon, que se utilizava de um dado de 100 lados e de testes baseados em porcentagem. O Sistema Daemon está disponibilizado gratuitamente no site da editora, que também disponibiliza vários netbooks de adaptações criadas pelos fãs para o sistema. Ela também lançou uma linha de RPGs mais voltados pra um público iniciante, RPG Queste, que se utilizava de 2d6 e vinha já com miniaturas de papel e mapas pra tornar mais práticas as partidas.

Nos anos 2.000 o mundo do RPG teve uma grande virada com o lançamento de Dungeons and Dragons 3ª Edição, trazido para o Brasil agora pela Devir, pois o sistema D20, utilizado por D&D, se tornou um sistema aberto, de forma que qualquer um podia criar e lançar seu próprio cenário para ser jogado com as regras descritas nos livros de D&D. Isso marcou o que pode ser considerado como a terceira geração dos RPGs no Brasil.

Desde então o RPG se tornou algo cada vez mais presente na vida dos nerds brasileiros. Mesmo que ainda haja uma enorme quantidade de conteúdo estrangeiro que não chega à nossa terra, há muitas editoras se empenhando em nos trazer a maior quantidade de material possível, como a Jambô, New Order, Retropunk, Pensamento Coletivo, Burô, dentre outras.

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